Minha alma desliza no branco do papel
versos noturnos e solitários.
A insônia acorda meu sono em busca
de suprimentos para o vazio que me devora.
de suprimentos para o vazio que me devora.
Sinto um abismo incoerente em meus pensamentos
que me distancia da mulher que sou
e daquela que desejo ser.
que me distancia da mulher que sou
e daquela que desejo ser.
Tenho sede de vida... fome de mundo!
Sou poeta...
sou uma fonte inesgotável de sentimentos.
sou uma fonte inesgotável de sentimentos.
Nestas horas mortas que me perseguem
entrego-me aos desejos mais profanos e,
ao mesmo tempo,
tão diáfanos!
entrego-me aos desejos mais profanos e,
ao mesmo tempo,
tão diáfanos!
O que fazer?
Não me contento com pouco
porque tenho um universo dentro de mim.
porque tenho um universo dentro de mim.
Posso ter o direito de sucumbir as veleidades
que me enlaçam
num devaneio louco de mulher comum?
Não! Eu sou poeta!
que me enlaçam
num devaneio louco de mulher comum?
Não! Eu sou poeta!
Pouco a pouco encontro em mim
os murmúrios de poesia que
vão criando as formas mais imagináveis.
os murmúrios de poesia que
vão criando as formas mais imagináveis.
Não, não... não! Eu quero mais!
Não me contento com palavras vazias...
quero mais, muito mais!
quero mais, muito mais!
Ambiciono a MAIS poluidora das inspirações,
a arte MAIS libertadora,
o encontro MAIS improvável de céu e inferno.
a arte MAIS libertadora,
o encontro MAIS improvável de céu e inferno.
Sim! Mais... sempre MAIS!
A madrugada faz do meu quarto
um túmulo mundano
com janelas emperradas
e cadeados enferrujados.
um túmulo mundano
com janelas emperradas
e cadeados enferrujados.
Lá fora a lua presencia meu velório poético
enquanto o vento sincroniza
a marcha fúnebre da madrugada.
enquanto o vento sincroniza
a marcha fúnebre da madrugada.
As horas seguem o enterro das estrelas
que choram a solidão de meus versos.
que choram a solidão de meus versos.
Ah! Destino contraditório de um poeta que caminha involuntariamente entre a benção e a maldição.
O galo, atrevidamente, anuncia o despertar do sol...
Porém, dentro de mim, a escuridão ainda persiste.
Morro em cada ponto final,
mas revivo na ilusão de um novo parágrafo.
mas revivo na ilusão de um novo parágrafo.
Janaína da Cunha
3:35 da madrugada do dia 22/06/2011
Foto conseguida da net.
4 comentários:
Existencialista ao extremo ... porém demasiadamente belo , parabéns !
Inefável versos,onde quatro olhos ajoelhou-se,o olhar exterior e o interior.
Emocinou-me,na tarde que vaga gris.
IMAGENS sob o ponto de vista da alma feminina.
DEPOIMENTO de uma alma humana, que faz da fragilidade sua maior força...doce...divina...J a n a i n a ...
Meus amigos, o que seria dessa humilde poeta sem vocês?
Obrigada Welington, Luiz Carlos e meu irmãozão Jota!
O apoio de vocês me inspira a navegar nesse belo mar de poesia.
Beijãoo!!
Postar um comentário