(ao meu pai Euclydes R. da Cunha Neto)
Eu vi uma pássaro cantando no túmulo de um pai.
Vi as lágrimas de uma mulher
e a inocência de uma criança.
Eu vi a amargura de uma mãe no fim do mês.
Vi a panela vazia no fogão
e a "sujeira" debaixo do tapete.
Também vi a filha de alguém
sozinha na multidão,
sozinha na multidão,
não pedia nada a ninguém... apenas estava lá.
Observei pessoas passando indiferentes,
apressadas, não viam ninguém...
apenas passavam.
apenas passavam.
Eu vi a perda da inocência.
Vi as promessas de um político
e a incredulidade de um povo.
Observei a fome brindando nas esquinas
e a ambição escravizando o coração do tolo.
Eu vi o círculo fechando,
as cenas se encontrando,
a vida repetindo...
Eu vi...
Vi uma menina crescendo,
uma senhora me olhando...
Eu vi a minha imagem no espelho!
Janaína da Cunha
Novembro / 2001
Foto conseguida na net
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