27 de março de 2011

SEXO VINHO E POESIA


Faço-me fêmea por seu encanto.
Faço-me poluidora 
de minha própria santidade.
Tenho fome de seu corpo, 
tenho sede de seus anseios...
Seu olhar me instiga a beber do vinho 
que jorra em seu peito poeta.

A lua cheia brinda a noite escura
e no olhar de dois bardos boêmios 
o desejo está cheio de lua.
A fome profana a santidade da carne
e as almas que se encontram 
clamam por liberdade.

Qual o poeta que pode ter o luxo de 
aprisionar-se nas ratoeiras sujas e hipócritas do amor imposto pela sociedade?
A arte liberta e os poetas se embriagam dela insultando a crença de todos os mortais.

Esfrego meu corpo em seu corpo 
e misturo meu suor ao seu
poetizando o tesão numa 
cadência deliciosa de movimentos.

Há uma poesia inacabada em minha alma.
Há um desejo incontrolável 
de puta reprimida em minha carne.
Não quero mais me esconder 
em máscaras puritanas,
nem refrear minha fome 
selvagem e desvairada.


Sou o que sou.
Devore-me!
Sorva toda eternidade que há em mim.


Entrego em suas mãos meus segredos
e revelo à seu falo 
o lirismo de minhas fantasias.
Brinde... sugue...
deleite-se da divindade 
pagã entre minhas entranhas.

Desvende aos poucos 
(e para sempre!) 
a pecadora sensual e faminta.


As horas percorrem soltas 
entre gemidos e gozos.
Exausta de prazer, descanso.
Adormeço velada 
por seus olhos esfomeados.


A taça está vazia, 
mas ainda há vinho 
no altar promíscuo de Dionísio.

Janaína da Cunha
22/03/2011
Foto conseguida na net

6 comentários:

Thiago disse...

que belo!!! adorei de verdade, você escreve muito bem!!! vou querer um livro!!!rs

Janaína da Cunha disse...

Meninooo!
Saudades de vc.
Claro que vc vai, né amigo?
Obrigada pelo carinho.
Beijos doces!

Romulo Narducci disse...

Belíssimo poema, gostei muito, poeta! Evoé! ;)

Janaína da Cunha disse...

Obrigada poeta.
Beijos!
:)

Goulart Gomes disse...

Que poetisa intensa!

Janaína da Cunha disse...

Obrigada, grande poeta!