Faço-me fêmea por seu encanto.
Faço-me poluidora
de minha própria santidade.
Tenho fome de seu corpo,
tenho sede de seus anseios...
Seu olhar me instiga a beber do vinho
que jorra em seu peito poeta.
A lua cheia brinda a noite escura
e no olhar de dois bardos boêmios
o desejo está cheio de lua.
A fome profana a santidade da carne
e as almas que se encontram
clamam por liberdade.
Qual o poeta que pode ter o luxo de
aprisionar-se nas ratoeiras sujas e hipócritas do amor imposto pela sociedade?
A arte liberta e os poetas se embriagam dela insultando a crença de todos os mortais.
Esfrego meu corpo em seu corpo
e misturo meu suor ao seu
poetizando o tesão numa
cadência deliciosa de movimentos.
Há uma poesia inacabada em minha alma.
Há um desejo incontrolável
de puta reprimida em minha carne.
Não quero mais me esconder
em máscaras puritanas,
nem refrear minha fome
selvagem e desvairada.
Sou o que sou.
Devore-me!
Sorva toda eternidade que há em mim.
Entrego em suas mãos meus segredos
e revelo à seu falo
o lirismo de minhas fantasias.
Brinde... sugue...
deleite-se da divindade
pagã entre minhas entranhas.
Desvende aos poucos
(e para sempre!)
a pecadora sensual e faminta.
As horas percorrem soltas
entre gemidos e gozos.
Exausta de prazer, descanso.
Adormeço velada
por seus olhos esfomeados.
A taça está vazia,
mas ainda há vinho
no altar promíscuo de Dionísio.
Janaína da Cunha
22/03/2011
Foto conseguida na net
|
27 de março de 2011
SEXO VINHO E POESIA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
que belo!!! adorei de verdade, você escreve muito bem!!! vou querer um livro!!!rs
Meninooo!
Saudades de vc.
Claro que vc vai, né amigo?
Obrigada pelo carinho.
Beijos doces!
Belíssimo poema, gostei muito, poeta! Evoé! ;)
Obrigada poeta.
Beijos!
:)
Que poetisa intensa!
Obrigada, grande poeta!
Postar um comentário