(aos verdadeiros amigos)
Um deserto obriga minha alma a peregrinar;
um oceano mistifica os segredos
criados pelo coração.
criados pelo coração.
Mas como evitar?
Tão escorregadia essa vida;
tão sólida a solidão!
O que seria da tristeza doída
sem ninguém para consolar?
Que seria das lágrimas quentes
sem mãos ardentes para enxugar?
O que seria do medo sem os braços estendidos,
sem os ombros desinteressados,
sem a guarida de um amigo?
Quem pode desvendar o valor de uma amizade?
A policromia da nossa pele
é o arco-íris natural da cidade.
As diferenças nos fazem iguais;
nossa distância nos aproxima.
Meus pés encontram suas pegadas,
meu corpo se curva em tributo
ao entardecer na estrada.
A música do tempo vai se findando...
O Maestro descansa,
mas o último ato só está começando.
Que o sangue, vinho tinto,
na taça corrente em nossas veias,
brinde o sopro santo, divino
que em nossas almas incendeia.
E nos braços do verdadeiro amigo,
ao findar a última centelha da caminhada,
no derradeiro adeus,
envolvida pelo seu sorriso,
quero nos seus olhos ser velada!
Janaína da Cunha
Setembro/2002
Foto: Kim Kamberlly
2 comentários:
Adorei.... minha lindA a poesia... falando de amizade com a sua alma!
E vc é uma delas pimentinha.
Sempre estarei ao seu lado.
Te adoro.
Beijos!
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