22 de junho de 2011

HORAS MORTAS


Minha alma desliza no branco do papel 
versos noturnos e solitários.
A insônia acorda meu sono em busca 
de suprimentos para o vazio que me devora.
Sinto um abismo incoerente em meus pensamentos 
que me distancia da mulher que sou 
e daquela que desejo ser.

Tenho sede de vida... fome de mundo!
Sou poeta... 
sou uma fonte inesgotável de sentimentos.
Nestas horas mortas que me perseguem 
entrego-me aos desejos mais profanos e, 
ao mesmo tempo, 
tão diáfanos!

O que fazer?
Não me contento com pouco 
porque tenho um universo dentro de mim.
Posso ter o direito de sucumbir as veleidades 
que me enlaçam 
num devaneio louco de mulher comum?
Não! Eu sou poeta!

Pouco a pouco encontro em mim 
os murmúrios de poesia que 
vão criando as formas mais imagináveis.
Não, não... não! Eu quero mais!
Não me contento com palavras vazias... 
quero mais, muito mais!
Ambiciono a MAIS poluidora das inspirações, 
a arte MAIS libertadora, 
o encontro MAIS improvável de céu e inferno.
Sim! Mais... sempre MAIS!

A madrugada faz do meu quarto 
um túmulo mundano 
com janelas emperradas 
e cadeados enferrujados.
Lá fora a lua presencia meu velório poético 
enquanto o vento sincroniza 
a marcha fúnebre da madrugada.
As horas seguem o enterro das estrelas 
que choram a solidão de meus versos.
Ah! Destino contraditório de um poeta que caminha involuntariamente entre a benção e a maldição.

O galo, atrevidamente, anuncia o despertar do sol...
Porém, dentro de mim, a escuridão ainda persiste.

Morro em cada ponto final, 
mas revivo na ilusão de um novo parágrafo.

Janaína da Cunha
3:35 da madrugada do dia 22/06/2011
Foto conseguida da net.

16 de junho de 2011

CANTO



Canto promessas insanas ao vento 
sem saber onde vão cair.
Canto dores sombrias, almas sem rostos e sentimentos que nunca senti.

Canto no canto do silêncio de quem não tem voz
infinitas palavras para quem não deseja ouvir.

Canto nos quatro cantos
o canto melancólico dos desgraçados,
as faces camufladas dos preconceitos
e a maldade escondida atrás das máscaras.

Ignoro a todo instante os apelos vãos
de quem clama por minha sensatez
e me rebelo contra a imagem 
distorcida que vejo diante do espelho.

Quem sou eu?
Quem são vocês?

Não concordo com o canto de quem se engana
que a destruição do mundo 
é culpa dos canalhas e corruptos.

Mentira... mentira!

A culpa é da omissão de quem se cega,
da surdez de quem finge não escutar
e da boca covarde que se cala 
diante da indignação.

Levanto minha voz de mulher
contra a hipocrisia e o comodismo 
dos que me cercam e canto!
Sim... eu me atrevo e canto!

Canto as lágrimas dos inocentes,
a angústia da mãe que reza
e o pai que volta para a casa de mãos vazias.

Canto a fome dos miseráveis,
os pesadelos de quem dorme na impunidade
e os demônios deitados em camas ricas 
de uma consciência sem lei.

Eu canto mesmo sem saber cantar
porque a pimenta que arde na sua língua
é a poesia que queima em mim!

Janaína da Cunha
17/05/2011

Fotos conseguidas na net

1 de junho de 2011

Lançamento do Livro: ENTREGA - A ESSÊNCIA DE UMA MULHER


A jornalista, atriz, poeta e escritora Janaína da Cunha estará lançando dia 10 de junho, às 19:00 horas, no evento cultural Uma Noite na Taverna, o livro: ENTREGA - A ESSÊNCIA DE UMA MULHER.

Com textos curtos e sensíveis o livro retrata a vida de uma menina transformando-se diante do espelho. Traz a história da mulher e da sua difícil trajetória para tornar seu mundo respeitado.

Editado pela Nitpress e com prefácio da poeta e romancista pernambucana, Su Angelote.

Local: Av. Presidente Kennedy, 755, Estrela do Norte, S.G. (SESC de São Gonaçalo)
Informações: 2712-2623

* Quem estiver interessado num exemplar autografado é só enviar um e-mail para: janainadacunha7@yahoo.com.br
Valor do livro: 20,00 + taxa de envio: 5,00
Total: 25,00
Mais dados e informações pelo e-mail.