12 de fevereiro de 2012

VERSOS DE SANGUE


Em versos tingidos de sangue
encontrei os mistérios do seu olhar.
E no seu olhar me perdi de amor.
Em versos escritos em sangue
meu corpo encontrou o seu,
bordei promessas solitárias
na escuridão do seu paraíso
e revesti minha dedicação de embriaguez.
De olhos fechados
minha alma mergulhou na sua
e visitou todas as angustias
escondidas em suas metáforas.
O sangue derramado nunca seca...
E com o sangue de suas auguras me banhei.

Vivi sua vida...
Senti suas dores...
Sonhei seus sonhos...
Amei seus amores.
Esqueci de mim para lembrar de você
e me perdi do meu caminho
para me encontrar no seu abraço.
Contudo, você me viu, mas não me enxergou.
Você me tocou, mas não me sentiu...
me ouviu, mas não me escutou
e na contramão dos desejos
nossos passos se desencontraram.

A porta de sua casa fechou atrás de mim
e eu não possuo chaves para abri-la.
Suas janelas estão emperradas
e não há passagem aberta em seu telhado.
Do lado de fora de sua casa me senti sozinha
entre uma multidão de olhares julgadores.
Olhos sem visão... cegos de prepotência,
arrogância e vaidades.
Porém, descobri um caminho em minha frente.
Do lado de fora de sua casa
observei um mundo carente em alma e versos.

Ouvi uma voz.
A vida me chamou e eu a segui.
Versejei meus ideais pelo caminho
e na construção de meus sonhos encontrei
outros sonhos que comungavam com os meus.
Não me sinto mais só e nem carrego mágoas.
O que fiz, senti e vivi foi por amor.
E por amor me faço feliz!

Na internet encontrei um texto sobre um velho índio
que descrevia seus conflitos interiores:
"Dentro de mim existem dois lobos.
O lobo do ódio e o lobo do amor.
Ambos disputam o poder sobre mim".
Alguém perguntou ao velho índio qual o lobo vence.
Ele, após refletir, responde sabiamente:
"O que eu alimento".
Salve a sabedoria indígena!

Encontrei meu caminho.
Fiz a minha escolha:
o AMOR prevalece em mim!

Janaína da Cunha
12/02/2012

"Tudo que se faz por AMOR está sempre além do bem e do mal". (Friedrich Nietzsche)