29 de março de 2011

TRIBUTO À AMIZADE


(aos verdadeiros amigos)


Um deserto obriga minha alma a peregrinar;
um oceano mistifica os segredos 
criados pelo coração.

Mas como evitar?

Tão escorregadia essa vida;
tão sólida a solidão!

O que seria da tristeza doída
sem ninguém para consolar?
Que seria das lágrimas quentes
sem mãos ardentes para enxugar?

O que seria do medo sem os braços estendidos,
sem os ombros desinteressados,
sem a guarida de um amigo?

Quem pode desvendar o valor de uma amizade?

A policromia da nossa pele
é o arco-íris natural da cidade.
As diferenças nos fazem iguais;
nossa distância nos aproxima.

Meus pés encontram suas pegadas,
meu corpo se curva em tributo
ao entardecer na estrada.

A música do tempo vai se findando...
O Maestro descansa,
mas o último ato só está começando.

Que o sangue, vinho tinto,
na taça corrente em nossas veias,
brinde o sopro santo, divino
que em nossas almas incendeia.

E nos braços do verdadeiro amigo,
ao findar a última centelha da caminhada,
no derradeiro adeus,
envolvida pelo seu sorriso,
quero nos seus olhos ser velada!

Janaína da Cunha
Setembro/2002

Foto: Kim Kamberlly

2 comentários:

Carol Magalhães disse...

Adorei.... minha lindA a poesia... falando de amizade com a sua alma!

Janaína da Cunha disse...

E vc é uma delas pimentinha.
Sempre estarei ao seu lado.
Te adoro.
Beijos!