2 de maio de 2011

CANÇÃO DO APOCALIPSE


Arrancaram a medalha presa ao peito do herói,
negaram as verdades do Sagrado
e santificaram as mentiras de suas leis.
Proclamaram os segredos do confessionário,
envenenaram o testemunho da paz
e nos quatro cantos, pela ganância,
fizeram-se reis.

O mar está em chamas!
Estrelas beijam o chão em última agonia.
O sol sangra.

A infância chora seus inocentes.
O homem come sua própria carne
na súplica de alimentar seu vício;
na esperança de esconder seu litígio.

Trovões cortam a mente humana.
O homem sufoca a própria dor
numa luta desesperada entre luz e trevas.

De onde virá o socorro?...
... onde...?

Treme a Terra.

O céu se abre em canção prodigiosa:
a Fé, arauto do Amor,
rompe o espaço em santa vingança!
Há de surgir uma esperança na 
última caminhada...
Há de levantar um gesto de amor 

no derradeiro momento.
Nesse momento... o fim!
O coração do homem está morto.

Mas... o fim é o recomeço!

Uma grande luz de fogo dança no infinito.
Sua essência ressuscita os sonhos da humanidade.
Resplandece a esperança!

A realidade agora é sincera...

A consciência humana desperta seus anseios
para o renascer de uma nova era!



Janaína da Cunha
Abril / 2003

Foto conseguida na net

6 comentários:

Jota Brasil disse...

Precisou uma copa do mundo pra que as autoridades tomassem uma atitude!!!!!!

JAN....BLOG Lindo Demais...vou ficar de olho!!!!!
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L

Lobodomar disse...

Janaína, boa tarde.

Por pura preguiça, nem sou muito de comentar em blog. Geralmente entro, leio, saio em silêncio.

Porém, diante desse poema perfeito - em forma e conteúdo -, tenho que deixar registrado minha admiração.

O texto está maravilhoso. E é muito bom saber que há pessoas fazendo poesia, além daquele lugar-comum sentimentalista já tão desgastado.

A poesia mesmo é isso: um grito em favor de todos e todas as coisas que estão sempre oprimidas.

Parabéns, poesia!

Um abraço!

Luiz Carlos disse...

é com profundo apreço que fiquei
ao ler estes poemas,e vislumbrar
seu modo de pensar.
parabéns pela apresentação
na noite da taverna

abraços...

Janaína da Cunha disse...

É verdade Jaimão.
Não sei se vc notou, mas escrevi esse poema em abril de 2003... viu como a situação é antiga? Se não fosse a Copa, hein??
Obrigada por ficar de olho irmão.
Beijos em seu coração lindo.

Janaína da Cunha disse...

André,
suas palavras me deixaram ao mesmo tempo envaidecida e honrada.
Salve o Lobo do Mar... grande poeta!
Obrigada,
beijos doces!

Janaína da Cunha disse...

Oi Luiz Carlos!

Muito obrigada pelo carinho e por perder alguns momentos lendo meus versos.
Sim, eu agradeço muito aos meninos pela oportunidade. A Taverna do dia 10 estava linda, né?

Apareça aqui mais vezes.
Beijos!!